Muita gente com certeza deve achar a internet uma espada de
dois gumes: por um lado, propicia a diversão, busca por informações,
vídeos, entretenimento, notícias e muito mais. Por outro, acreditam que o
consumo excessivo desses recursos pode acarretar em vícios e
dependência tecnológica.
No entanto, uma nova pesquisa, conduzida por acadêmicos do projeto
"Inter-Life", fundado pelo Conselho de Pesquisa Social e Econômica
(ESRC, na sigla em inglês), afirma que os mundos virtuais podem ajudar
as pessoas a desenvolver habilidades específicas na vida real. Essa
seria uma oportunidade de acessar o impacto emocional e social desses
universos online na vida do ser humano.
O "Inter-File" é parte de um programa que visa estudar o espaço entre a
aprendizagem dos jovens e o domínio das tecnologias no cotidiano.
Segundo o site Science Daily,
os pesquisadores desenvolveram mundos 3D, que funcionam como
comunidades informais, permitindo que jovens interajam e dividam
atividades usando avatares. Dessa forma, os universos online colocam
ambientes únicos à disposição dos usuários e que podem ajudar tanto no
aprendizado quanto na absorção de novas situações.
Os avatares são personagens tridimensionais, controlados pelos
participantes do projeto. Os mundos virtuais oferecem a possibilidade de
ambientações interativas e realísticas, que podem ir além da
normalidade. Assim, as pessoas conseguem transportar algumas capacidades
usadas no mundo real, como o lado cognitivo e organizacional.
Os testes envolveram jovens em atividades criativas, como gravações de
filmes e fotografia, por exemplo. Os estudantes deveriam aprender a
lidar com diferentes cenários do mundo, cada um composto de ilhas
privadas, além de participar de uma comunidade online por vários meses.
Ao longo dos dias, os usuários foram encorajados a enfrentar novas
formas de comunicação - incluindo as que foram usadas no universo
virtual.
"Demonstramos que você pode planejar atividades com crianças e fazer com
que elas trabalhem com envolvimento, energia e comprometimento em
mundos 3D, por um período de tempo significativo", explica Victor Laily,
líder do projeto. Segundo o pesquisador, esse recurso se mostra
bastante atraente pelo grande impacto educacional.
"Esses mundos 3D parecem tornar os métodos de aprendizagem em uma forma
mais poderosa do que outras ferramentas sociais disponíveis na internet.
Quando configurados, os espaços virtuais podem oferecer locais seguros
para experimentar novas oportunidades, que antes eram impossíveis 15
anos atrás."
Laily acredita que as aplicações dessas funções são inúmeras. Com elas, é
possível criar múltiplas simulações ou localizações de campo, usando a
tecnologia 3D para "teletransportar" os participantes a experimentos e
atividades. Os estudantes podem dividir o conhecimento através de
gravações, gráficos e outros recursos para julgar atitudes e opiniões.
Além disso, a tecnologia poderia ser usada para projetar entrevistas,
ambientes de treinamento e contextos de mercado.
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